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ESPECIAL | Antakly: Transição: como planejar sua atuação de RelGov? |

Leia entrevista da consultora Gisela Antakly Martinez (sócia-diretora da Antakly Martinez Public Affairs), terceira da série da Sigalei sobre os preparativos neste período de mudanças nos poderes Legislativo e Executivo

Publicado em:
12/12/2022
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País se aproxima de um novo ciclo de mandatos políticos.

Esse período de transição exige muita atenção dos times de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) das organizações. É uma época de efervescência: projetos de Lei em regime de urgência, nomeações, anúncios de políticas públicas, suspensão de medidas adotadas por antecessores. 

Para tratar desse assunto, a Sigalei procurou especialistas do setor. 

A terceira entrevista da nossa série é com Gisela Antakly Martinez, sócia-diretora da consultoria que leva seu sobrenome - a Antakly Martinez Public Affairs.

O escritório atua na proteção do ambiente de negócios como um todo. A  Antakly Martinez antecipa cenários, ameaças e oportunidades e age política e juridicamente para garantir a participação dos clientes nas discussões relacionadas a seus negócios. 

Veja como foi nossa conversa com a consultora.

1. Sigalei –  Como se dá a atuação da Antakly Martinez Public Affairs na área de Relações Institucionais e Governamentais?

Gisela Antakly Martinez  – Somos uma consultoria independente. E uma das vantagens é que podemos escolher os projetos com os quais queremos trabalhar, os projetos que acreditamos. Isso nos possibilita que estejamos envolvidos com clientes que tenham esse pensamento. 

Independentemente do cenário político, o que importa é a força da nossa pauta. Isso vai muito além do relacionamento com governos. Então, a gente tem que estar constantemente dialogando com a sociedade, com o setor privado, com as associações setoriais e com a academia. É preciso manter um olhar ampliado para os relacionamentos. 

2. Sigalei – Estamos passando por um período de transição, com mudanças no Legislativo e no Executivo. Considerando esse cenário, como deve ser o trabalho de relacionamento com os stakeholders?

Gisela Antakly Martinez  – Acreditamos que essa construção deva ser de longo prazo. A alternância de governo tem um peso menor quando as causas pelas quais as empresas fazem advocacy são de fato robustas e verdadeiras com aquilo que elas propõem,  porque suas estratégias contemplam outros canais de relacionamento com a sociedade. 

Ainda que agendas de um governo priorizem esse ou aquele aspecto, quando a empresa constrói sua estratégia de forma sólida, pensando na atuação que ela tem no longo prazo, pensando na atuação que ela tem na construção da sua imagem, ela não vai mudar porque o governo está dando mais ou menos importância para aquele tema. 

3. Sigalei - Qual é a recomendação da consultoria para esse trabalho de aproximação das organizações com novos atores?

Gisela Antakly Martinez  – Do ponto de vista da aproximação e construção dessas agendas, nossa recomendação é que a gente sempre tenha uma pauta muito sólida, que é isso que vai abrir a porta para o diálogo dentro do ambiente das relações governamentais. Então, independentemente de quem estiver no poder, é primordial a definição e elaboração de uma pauta sólida. Todo o resto fica circunstancial. 

Na nossa consultoria, estamos consolidando cada vez mais uma visão de que as estratégias sejam baseadas em dados e evidências. Então, temos pensado muito na elaboração das estratégias de Advocacy e de RelGov com base em dados coletados, por exemplo,  em projetos-piloto, ou até em experiências com outros países. Nosso objetivo é que os temas estejam sempre muito bem embasados quando chegarmos à etapa de proposição ou debate de uma política pública. 

Cada vez mais, precisamos ter argumentação sólida, consistente e construída na realidade para poder propor a disseminação dos temas que defendemos. Assim, empresas que têm agenda sólidas e consolidadas tendem a minimizar os impactos das alternâncias de governo em suas estratégias.

4. Sigalei - Traçada a estratégia, como ter uma maior chance de assertividade na defesa dos argumentos?

Gisela Antakly Martinez  – No nosso entendimento, a construção de relacionamentos abre espaços para atuar de forma metodológica e transparente nas relações com o governo e em public affairs com o ambiente de negócios. Nesse sentido, vemos como um ponto importante a busca incessante por pautas comuns, ou seja, quais delas podem favorecer igualmente sociedade, empresas e governo. Em resumo: pautas que promovam o desenvolvimento do Brasil. E há pautas com essa característica. Infraestrutura é um exemplo. É um setor bom para a sociedade, que promove melhora no desenvolvimento humano e que é imprescindível para medir resultados de governo. Então, há pautas que beneficiam diferentes agentes e que, portanto, devem ser trabalhadas com mais visibilidade e afinco.

Nesse contexto, é preciso fazer uma avaliação situacional. Definir, entre tantos atores políticos, quem são aqueles com os quais a gente se relaciona, quem está sendo mais valorizado em um novo contexto e quais merecem mais atenção. É importante também ter um olhar para contribuições dos players que compõem o processo decisório, desde o setor privado até a academia. São alguns aspectos que levamos em conta sempre que pensamos em uma estratégia de advocacy.

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Preparatório para 2023
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